domingo, 15 de abril de 2018

As palavras que abrem portas

Marshall Rosenberg
Por Grazi Cavenaghi

Acredito que todos nós temos na essência o bom, o amor. E você, acredita?

Ultimamente parece que só enxergamos o ruim no outro. É tanta mentira, intolerância, energia gasta com  “bobeiras”, tanto “mimimi”, que achamos que o ser humano não tem mais solução! Ou tem?

Tudo é motivo de se sentir ofendido e de ofender. Mas onde foi parar a nossa natureza de compaixão?

A maioria dos problemas parecem acontecer pela maneira como nos comunicamos. Ora falamos sem pensar, ora falamos julgando, ora instruindo sobre a nossa verdade. Palavras que se perdem, palavras que insultam e que ferem. A palavra pode curar ou ferir, pode abrir portas ou fechá-las.
Como no poema de Ruth Bebermeyer:

“Sinto-me tão condenada por suas palavras.Tão julgada e dispensada. Antes de ir, preciso saber: Foi isso que você quis dizer? Antes que eu me levante em minha defesa, Antes que eu fale com mágoa ou medo. Antes que eu erga aquela muralha de palavras.Responda: eu realmente ouvi isso? Palavras são janelas ou são paredes.Elas nos condenam ou libertam (…)”

O que parece é que sempre estamos armados e nos protegendo do outro. Acabamos nos blindado e não conseguimos sentir o outro, não conseguimos nos conectar com o outro. Perdemos tempo na proteção. Temos medo que de sermos enganados, abandonados, julgados, ameaçados… e assim segue a lista dos nossos medos que nos cegam.

Não abrimos nosso coração com ninguém e não chegamos assim ao coração do outro.
Imagine quantos conflitos seriam evitados com o uso melhor da comunicação? Com o ouvir melhor e entender realmente o que o outro quer dizer? Com o entendimento da sua real necessidade?
Sabe aquele  conselho que você deu ao seu filho ou cônjuge? Ou aquela conversa que teve com alguém e nada adiantou? Ou mesmo aquela negociação que você perdeu? Será que o problema ocorreu na comunicação? Na maioria das vezes, sim.

O americano Marshal Rosenberg (foto), criado em meio a conflitos, estabeleceu o que chamou de “comunicação não violenta˜, uma forma de nos comunicarmos sem oposição, com paz. No seu livro “Comunicação não violenta” diz: “O que eu quero na vida é compaixão, um fluxo entre mim e os outros com base numa entrega mútua, do fundo do coração”. Essa nova forma de comunicação  nos permite escutar as pessoas como elas são, sem críticas ou opiniões, de forma empática. E falar de forma a sermos ouvidos.

Imagine uma  esposa reclamando da toalha molhada em cima da cama: Mas de novo isso? Todo o dia a mesma coisa? Acha que eu sou escrava?
Será que o marido atende o pedido e nunca mais repete o ato?
E, se ela dissesse: Quando eu vejo a toalha molhada em cima da cama, me sinto triste, pois precisamos dormir em uma cama seca e aconchegante e ter nosso quarto lindo e arrumado. Você, por favor,  poderia levar a toalha para o banheiro?

Imagine agora a reação do marido.

Comunicar de forma não violenta é primeiro observar  o que acontece,  sem julgamento, apenas sentindo de forma consciente. Depois observar  o sentimento que aparece e reconhecer quais necessidades  estão ligadas ao fato ocorrido, ao sentimento que se mostrou. E para finalizar, fazer o pedido do que precisa.

Em todas as áreas da nossa vida ela pode ser aplicada. Vamos falar um pouco mais sobre esse assunto nas próximas semanas.

E como nosso foco é progredir, vamos juntos?

Em toda a comunicação, tente se “desarmar”, tenha atenção ao outro e a  você. Observe, sinta, analise as suas necessidades naquele momento. Quando for pedir algo, tente não criticar, julgar ou ameaçar. Valorize suas palavras. Palavras também “abrem portas”.
Procure ouvir com empatia e atenção, tente trazer a consciência do que você diz,  em todos os momentos se abra para a comunicação,  pois queremos um eu melhor, as pessoas à nossa volta melhor, um Mundo Melhor.

Vamos juntos?

Porque juntos somos +

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